quinta-feira, 2 de setembro de 2010

República, lugar da utopia. O regresso...


Em Setembro terá lugar a terceira sessão deste nosso projecto... Desta feita sob a égide "Os caminhos da República. Razão, saber e poder". A sessão está marcada para o dia 22 de Setembro, às 21H30, no Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras e conta com a participação da investigadora Irene Pimentel e o jornalista Jacinto Godinho. A moderação é da responsabilidade de Carlos Pinto Coelho.
Desde sempre os Homens forjam ao pensamento formas, estruturas conceptuais, ideias com que configuram a realidade e que permitem a leitura e interpretação do mundo. Este mecanismo está, de resto, na génese das diversas concepções da realidade que foram moldando, durante milénios, a nossa visão do mundo e o nosso modus vivendi!
A palavra polis traduz, por isso, um modelo cultural e racional de que somos herdeiros. Perceber o modo como as sociedades se organizaram, ou seja, o modo como o pensamento configurou estas associações de pessoas na antiguidade clássica grega é fundamental para a compreensão do sistema político actual e as diversas formas de governo que a história conheceu.
Para reflectir e pensar o mundo, a história e as suas lutas são necessárias representações destinadas a compreender o real, uma espécie de esquemas de revelação e de compreensão.
A cidade grega, aberta ao diálogo e à democracia, inventou, por isso, um tipo de razão dedicado ao pensamento teórico e laicizado e liberto da ordem do mito: uma racionalidade até certo ponto "laica", que organiza a experiência sem recorrer a princípios teológicos. O pensamento grego liberta-se lentamente da consciência mítica ou religiosa, para fundar e criar a razão humana: o logos que, em grego, significa simultanemanete palavra, discurso ou razão.
A instauração da democracia é, assim, criadora de uma racionalidade inédita. A regra da democracia transforma a arte da demonstração num verdadeiro mecanismo de poder. Ao mesmo tempo, a palavra torna-se rainha e do domínio da linguagem emerge o logos ou a razão. Mas a cidade não implica apenas a força da palavra e do discurso argumentado: realiza com os primeiros legisladores a redacção das leis fazendo do Homem um verdadeiro animal político.
Estas e outras matérias estarão em reflexão na próxima sessão em mais uma das possíveis leituras semânticas e históricas do universo republicano e a forma como a razão configurou o poder ao longo dos séculos...
Participa. Constrói a tua República!

Consulte aqui os Guiões de Leitura anteriores elaborados pelas Bibliotecas Municipais de Oeiras no âmbito deste projecto:

Guião de Leitura A República, Lugar da Utopia
Guião de Leitura Iconografia do Feminino na República

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