terça-feira, 8 de abril de 2008

As Nossas Sugestões - Abril de 2008

Título: Zen e a arte da manutenção de motocicletas: uma averiguação de valores
Autor: Robert M. Pirsig

De quem se fala: Robert M. Pirsig nasceu a 16 de Setembro de 1928 em Minneapolis, Minnesota. Formou-se em Química, Filosofia e Jornalismo e estudou o pensamento oriental na Universidade Hindu de Benares, Índia, após ter servido no exército, na Coreia. Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas distinguiu-se também, por ter entrado para o Guinness, depois de ter sido recusado por 121 editoras – uma vez publicado vendeu 5 milhões de exemplares e foi objecto de intenso interesse, tanto da parte da crítica como do público.

O que se diz: Este livro, que já inspirou muitos milhões de pessoas desde a sua publicação em 1975, é uma travessia da América on the road, cujos protagonistas são um pai e o seu filho. No fundo, é uma odisseia pessoal, filosófica e espiritual sobre o valor da vida. Em estilo acessível, pleno de humor e apelativo, o autor encontrou na arte da manutenção da sua motocicleta uma metáfora, austera e bela, que lhe permite reconciliar razão, transcendência e humanismo. Trepidante com as contradições da existência, esta leitura que se tornou um clássico moderno, é um hino ao deslumbramento de permanecer no aqui e agora da vida. Esta edição contém uma entrevista com Pirsig, cartas e documentação sobre o livro.

Está dito: «A resposta para o conflito entre os valores humanos e as necessidades tecnológicas não está na fuga. Fugir da tecnologia é impossível. Para resolver o conflito, é preciso romper as barreiras do pensamento dualista, que impedem uma compreensão integral do que seja a tecnologia – não uma exploração da natureza, mas uma fusão entre natureza e espírito humano, numa nova criação que transcende a ambos. [...]»


Presença; 418 p.




Título: Cal
Autor: José Luís Peixoto

De quem se fala: José Luís Peixoto nasceu em 1974 (Galveias, Ponte de Sor). Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (Inglês e Alemão) pela Universidade Nova de Lisboa. Tem publicado poesia e prosa. Recebeu o Prémio Jovens Criadores (área de literatura) nos anos 97, 98 e 2000. Em 2001, o seu romance «Nenhum Olhar» recebeu o Prémio Literário José Saramago. Está representado em diversas antologias de prosa e de poesia nacionais e estrangeiras. É colaborador de diversas publicações nacionais e estrangeiras. Em 2005, escreve as peças de teatro «Anathema» (estreada no Theatre de la Bastille, Paris) e «À Manhã» (estreado no Teatro São Luiz, Lisboa). Os seus romances estão publicados em França, Itália, Bulgária, Turquia, Finlândia, Holanda, Espanha, República Checa, Croácia, Bielo-Rússia e Brasil. Estando actualmente em preparação edições no Reino Unido, Hungria e Japão. Este seu último

O que se diz: Cal reúne textos de natureza diversa (3 poemas, 17 contos, 1 peça de teatro), ancorados num espaço rural e na vivência e memória dos mais velhos. Aqui, a experiência da duração, da continuidade, funde-se com o sonho e com a loucura, num tempo fora do tempo. Como um «fio puríssimo de luz», uma «ausência presente» atravessa os gestos e as emoções destas figuras. Em cumplicidade com a morte, a vida torna-se mais límpida, talvez mais pura. A luz, como «treva visível» - força redentora das suas personagens -, é certamente um dos fios condutores de CAL.

Está dito: «Ana sabia que a burra não valia muito dinheiro. As mãos de Ana eram velhas. Os dedos eram grossos e tinham riscos feitos pela lâmina da navalha de retalhar azeitonas. As palmas das mãos eram grossas e tinham o toque da superfície serrada de um tronco. As mãos do velho Durico eram magras e escuras. As costas das mãos, quando as estendia debaixo de um candeeiro de petróleo, eram suaves. As unhas eram certas por serem cortadas com uma navalha, à noite, quando a fogueira lhe iluminava o rosto. As palmas das mãos cheiravam a terra castanha e a fumo. As mãos de Ana passaram a corda para as mãos do velho Durico. As mãos do velho Durico pousaram duas notas nas mãos de Ana. A corda na mão do velho Durico era pesada e áspera, quando a puxava havia um movimento do corpo da burra que o seguia. Com aquela corda, puxava um corpo. As notas na mão de Ana eram muito leves, como se fossem feitas de teias de aranha, como se fossem uma camada de pó ou qualquer coisa invisível. Ana, o anjo e a cadela entraram nas ruas da vila, atravessaram-nas e, quando chegaram à estrada do monte, sabiam que havia um lugar dentro deles, o interior de uma gota de chuva, onde faltava algo que tinham perdido para sempre.»

Bertrand; 261 p.

Ver este título no catálogo da biblioteca



Título: Meia noite ou O princípio do mundo
Autor: Richard Zimler

De quem se fala: Richard Zimler (Roslyn Heights, Nova Iorque, 1956) é um escritor norte-americano naturalizado português. É formado em religião comparativa pela Universidade de Duke (1977) e mestre em Jornalimo pela Universidade de Stanford (1982). Depois de se ter formado, trabalhou durante oito anos, como jornalista, na Baía de São Francisco. Em 1990, mudou-se para o Porto, Portugal onde vive actualmente e ensina jornalismo na Universidade do Porto. Naturalizou-se português em 2002. O autor tem publicado diversos romances que têm sido bestsellers em diversos países e já ganhou diversos prémios.

O que se diz: Neste livro conta-nos a história de mais um "ramo" da família Zarco, desta vez no início do século XIX no Porto. John Zarco Stewart é ainda um menino quando se lhe é revelada a sua herança judia e os perigos que ela pode representar.
Zimler aborda mais uma vez a descriminação para com os judeus no nosso país; leva esta história também até ao outro lado do atlântico e explora a questão da escravatura de uma forma brilhante.

Está dito: «Meia-Noite andava mais ocupado do que nunca com o seu trabalho e os seus estudos com Benjamim. Na realidade, a cave do boticário tinha sido transformada numa espécie de laboratório de alquimia, alojando uma combinação entontecedora de cheiros estranhos que muitas vezes se filtravam para a nossa rua.»

Gótica; 540 p.



Título: A vida é um delírio: obra completa
Autor: Miguelanxo Prado

De quem se fala:
Argumentista, desenhador que nasce em Espanha a 1958. Estudou arquitectura e antes de se votar à BD dedicou-se à pintura e à escrita. Revelação da BD espanhola em 1988 com o seu primeiro álbum Mundo Cão, a sua carreira tem sido recheada de sucessos. Em 1993 publica o álbum Traço de Giz, que recebeu o prémio dos livreiros BD 93, o Alph-art do melhor álbum estrangeiro de Angoulême e o prémio especial do Festival de Sierre em 1994.Em 1995 estreia-se na BD infantil com a adaptação da célebre obra de Prokofiev (1936) “Pedro e o Lobo
”. Da sua versátil carreira fazem parte outras obras notáveis como Fragmentos da Enciclopédia Délfica, Stratos, Crónicas Incongruentes e Quotidiano Delirante (3 volumes), e Tangências.

O que se diz: Com um traço esplêndido, uma visão nova da perspectiva das cores e argumentos plenos de pertinentes críticas humanas, este autor galego é já um dos nomes consagrados da BD internacional, que nesta compilação fortalece o domínio de predilecção do autor no realçar das contradições humanas, da estupidez e da maldade.Prado não está longe de descrever na perfeição os obscuros sentimentos que nos invadem num momento ou noutro...Esta obra reúne, num só, os 3 livros mais aclamados e vendidos de Prado, constituídos por histórias curtas de uma sátira aos nossos hábitos quotidianos.


Está dito: «Secretária: Um tipo em asa delta chocou com uns ciclistas que iam a passear. Pouca coisa: contusões, ossos fracturados, choque, e um ou outro arranhão...mas nada de sangue.(...)/Jornalista: Quero montões de primeiros planos de tripas e sangue, porque isto vai passar à hora do jantar!!...»

Asa; 186 p.


Título:
Instituto da felicidade teórica
Autor: Orfeu B.

De quem se fala: Orfeu B. nasceu em S. Paulo, Brasil. É físico e professor universitário, com cerca de uma centena de artigos em revistas científicas especializadas. Publicou dois livros de poesia: Reminiscências de Viagem (2000) e Instituto da Felicidade Teórica (2002)

O que se diz: Um texto nunca está sozinho. Os textos deviam ter um aviso, como os comboios: cuidado, um texto pode esconder outro. E, como os comboios, os textos andam sempre ao engate - de ideias, coisas, pessoas. Os interlocutores destes contos e poesias estão nomeados: É Bashô, o das morais Zen, é Borges, o dos labirintos, é Pessoa, o do desassossego. E é a Ciência, a da quântica e a da vida, que é a mulher com quem Orfeu B., quando não faz de fingidor, casou. "Este livro é um mapa de viagens interiores – o que torna irónica, no início de cada bloco, a indicação geográfica exterior, que desagua (onde poderia ser?) no Tejo."
(Rui Zink)

Está dito: «eu quero, e tu?»
«… e como depois de eu ter navegado por tantas águas/ ficaste tu sendo o meu rio».

Alma Azul; 90 p.

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