segunda-feira, 3 de maio de 2010

As Nossas Sugestões - Maio 2010

Título: A noite abre meus olhos

Autor: José Tolentino Mendonça

De quem se fala:
Nasceu na Madeira em 1965. É licenciado em Teologia pela Universidade Católica de Lisboa (com uma dissertação sobre a poesia de Ruy Belo - 1989), tendo sido ordenado Presbítero em 1990. Concluiu a licenciatura canónica em Ciências Bíblicas e, em 2004, o doutoramento em Teologia Bíblica, na Faculdade de Teologia da Universidade Católica. Actualmente, lecciona Estudos Bíblicos nessa faculdade. Para alem de professor, é também poeta, ensaísta e tradutor. Foi laureado com o Prémio Cidade de Lisboa de Poesia (1998) e com o Prémio PEN-Club de Ensaio (2004).

O que se diz:
A Noite Abre Meus Olhos, com posfácio de Silvina Rodrigues Lopes, Professora do Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, inclui uma série de poemas que, segundo a própria, "fazem sua a condição de prosseguir nomeando o possível, respondendo ao impossível, assim fazendo ressoar a dualidade no âmago do mundo, assim inscrevendo nele os seus trajectos sem regresso."

Está dito:
Calle Príncipe, 25

“Perdemos repentinamente
a profundidade dos campos
os enigmas singulares
a claridade que juramos
conservar
mas levamos anos
a esquecer alguém
que apenas nos olhou”
Assírio & Alvim; 237 p.

In http://www.assirio.com/



Título: Sem nome
Autor: Helder Macedo

De quem se fala:
Helder Macedo é licenciado em História e Doutorado em Letras pela King's College, onde é professor. Iniciou a sua carreira literária em 1957 com o livro de poesia Vesperal. Desta incursão pela poesia resulta também a obra Viagem de Inverno, publicado pela Presença, em 1994. Em 1991 estreia-se no domínio da ficção com Partes de África e em 1998 publica o romance Pedro e Paula. A obra ficcional de Helder Macedo é considerada uma das mais originais da literatura lusa contemporânea.

O que se diz:
Uma narrativa em voz off apresenta-nos, a abrir, José Viana, advogado de sucessos vários, que vive em Londres desde o início dos anos 70. Só que o seu modo de viver vai ser desarrumado por uma jovem jornalista. Mas também ela, na insegura expectativa da mulher que ainda não aprendeu a ser, vai sofrer metamorfoses inesperadas. As suas vidas, ao cruzarem-se, vão deixá-los suspensos um do outro como quem se olha num espelho, como quem se visse sem se reconhecer, quase como num sonho.

Está dito:
(…) é perigoso mexer em papéis velhos. Quando menos se espera, salta do meio deles uma voz a intrigar que talvez sim talvez não, vidas alternativas a desarrumarem o presente com o passado.”

Editorial Presença; 186 p.

In http://www.editpresenca.pt/



Título: Marilha
Autor: Cristóvão de Aguiar

De quem se fala:
Cristóvão de Aguiar nasceu na ilha de São Miguel, em 1940. Frequenta Filologia Germânica, em Coimbra, curso que interrompe para tirar o de Oficiais Milicianos. Foi redactor da revista Vértice, colaborador, depois do 25 de Abril, da Emissora Nacional com a rubrica "Revista da Imprensa Regional" e leitor de Língua Inglesa na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra. A experiência da guerra forneceu-lhe material para um livro, com o título O Braço tatuado (1990). Em Setembro de 2001 foi agraciado pelo presidente da República com o grau de Comendador da Ordem Infante Dom Henrique.

O que se diz:
Cristóvão de Aguiar serviu-se de uma personagem a que deu o nome de Severiana de Jesus para dar corpo a um dos mais criativos romances da literatura portuguesa actual: “Marilha”. Severiana lega-nos uma história político-religiosa de assombro, onde a ética que a enforma é uma opção de um humanismo vivido no plano do terreno de todas as vivências.

Está dito:
“Mar, Ilha; Ilha, Mar. Dois pólos de quinhoada solidão pelo mundo e as suas partes em silêncio repartida. Mar, Ilha. E quem ousará adivinhar por que misteriosa transformação ortoépica não teriam ambos evoluído, semanticamente, para Marilha (o mar marulha ou marilha?), depois para Marília, o nome de mulher, o teu, igualmente de sismo e de ciclone sitiado num nordeste só meu? Herdei-o de um Setembro de vindima muito escassa…”

Dom Quixote; 283 p.

In http://www.dquixote.pt/



Título: As horas nuas
Autor: Lygia Fagundes Telles

De quem se fala:
Lygia Fagundes Telles (1923) nasceu e vive em São Paulo. Autora de uma obra vasta, entre contos e romances, dos quais muitos foram traduzidos em diversas línguas e adaptados para a televisão e o cinema. Tem tido uma participação muito activa na vida cultural do seu país. Foram-lhe atribuídos diversos e importantes prémios literários no Brasil. As Horas Nuas, livro publicado em 1989, foi distinguido com o Prémio Pedro Nava, como o Melhor Livro do Ano. Em 2005, pela qualidade da sua obra, foi-lhe atribuído a maior distinção em língua portuguesa, o Prémio Camões. Igualmente pelo conjunto da sua obra literária foi-lhe, ainda, atribuído o Prémio Moinho Santista/2005.

O que se diz:
As Horas Nuas é uma história em torno de uma actriz que conheceu a glória e que, sentindo-se envelhecer, entra numa profunda crise pessoal. Num luxuoso apartamento em São Paulo, bebe e monologa. Tendo perdido o marido e o amante, mãe de uma filha que não compreende, resta-lhe a empregada que cuida dela, Dionísia, e o gato Rahul, chave importantíssima desta narrativa, com memórias incompletas das suas vidas anteriores e testemunha silenciosa da intimidade e da solidão dos outros.

Está dito:
“Procuro com a boca a boca da garrafa. Com a ponta da língua vou contornando o círculo de vidro amolecido – ou foi a minha língua que amoleceu?”

Editorial Presença; 212 p.

In http://www.editpresenca.pt/



Título: Viver para contá-la
Autor: Gabriel García Márquez

De quem se fala:
Prémio Nobel de Literatura em 1982, Gabriel García Márquez nasceu na Colômbia, em 1927. Da sua vasta bibliografia destacam-se os romances Cem Anos de Solidão, O Outono do Patriarca, O Amor nos Tempos de Cólera, Crónica de Uma Morte Anunciada, O General no Seu Labirinto, Doze Contos Peregrinos, Do Amor e outros Demónios, Crónica de uma Morte Anunciada, Notícia de um Sequestro e A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile, assim como o primeiro volume do seu livro de memórias Viver Para Contá-la.

O que se diz:
Neste apaixonante livro, o autor oferece a memória dos seus anos de infância e juventude nos quais se fundaria o imaginário que, com o tempo, daria lugar a alguns contos e romances fundamentais da literatura em língua espanhola do século XX. Viver para Contá-la converte-se num guia de literatura para toda a obra do autor, um acompanhante imprescindível para iluminar passagens inesquecíveis que, depois da leitura destas memórias, adquirem uma nova perspectiva. O romance de uma vida.

Está dito:
“Como se não fosse bastante a incerteza sobre as minhas pretensões e o caos da minha vida, eu e um grupo de amigos inseparáveis dispúnhamos a publicar uma revista temerária e sem recursos que Alfonso Fuenmayor planeava há já três anos. Que mais podia desejar?”

Dom Quixote; 397 p.

In http://www.dquixote.pt/

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