domingo, 1 de outubro de 2006

AS NOSSAS SUGESTÕES - OUTUBRO DE 2006

caixadefosforos.jpgTítulo: A Caixa de Fósforos
Autor: Nicholson Baker

De quem se fala:
Nicholson Baker, norte-americano nascido em 1957, já escreveu seis romances para além de “A Caixa de Fósforos”: “The Mezzanine” (1988), “Room Temperature” (1990), “Vox” (Gradiva, 1998), “A Fermata” (Bertrand, 1998), “The Everlasting Story of Nory” (1998) e “Checkpoint: a Novel (2004)”. Escreveu também ensaios como “U and I: a True Story” (1991), um registo da sua obsessão por John Updike, “The Size of Thoughts” (1996) e “Double Fold: Libraries and the Assault on Paper” (2001), ensaio contra a política de destruição de jornais antigos nas bibliotecas americanas. Vive no Maine com a mulher e dois filhos.

O que se diz:
É um livro, editado em Portugal pela Quetzal, sobre os pequenos prazeres da vida, aos quais muitas vezes não damos a devida atenção.
Neste pequeno romance, escrito na primeira pessoa, acompanhamos os pensamentos e actos de Emmet, um editor de manuais de medicina que, já na meia-idade, se levanta diariamente por volta das 4h30, prepara um café e com um fósforo acende a lareira. O acender do fósforo, um único por dia, é o mote para, sentado no sofá, começar a pensar em assuntos que vão da mais pura banalidade à importância da relação com os dois filhos ou a mulher.
Eis aqui um homem domesticado, de meia-idade, cujos pensamentos se desviam brilhantemente do amor e do casamento para acendalhas e suicídio num abrir e fechar de olhos.

Está dito:
“Bom-dia. São 5 horas e 44 minutos da manhã. Acordei outra vez tarde, mas tenho quatro cepos grandes e velhos na lareira, cada um com uma camada de crosta a arder, da noite de ontem, que quebram quando os volto a dispor. Esta manhã o café está extra forte; deitei grandes quantidades do pacote menos bom para que as nossas reservas do pacote bom não chegassem ao fim”.

Quetzal Editores ; 185 p.

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beatles.jpgTítulo: O Segredo dos Beatles
Autor: Pedro de Freitas Branco

De quem se fala:
Pedro de Freitas Branco nasceu em Lisboa em 1967. Com formação na área do cinema e do teatro, foi autor e guionista de televisão, especialmente na área da ficção nacional, ao longo de vários anos. É um nome sobejamente conhecido do universo dos leitores portugueses. Os mais novos associam-no de imediato à divertida série juvenil Os Super4, que criou e escreveu em parceria com António Avelar de Pinho, mas o público mais velho também já teve oportunidade de conhecer a sua prosa aquando da publicação do primeiro romance do autor, A Vida em Stereo.

O que se diz:
Um crime é o mote para uma história bem estruturada e um enredo escrito com recurso a inúmeras referências musicais da banda rock dos anos 60. António Lopes, vendedor da Feira da Ladra, conhecido no bairro como Tony «guitarra de fogo», é encontrado subitamente sem vida num armazém. A arma do crime, um pedaço de vinil é deixada a seu lado, e na parede consta uma inscrição: «Helter Skelter», uma música dos Beatles. Chamado a investigar, o comissário Ramos da Polícia Judiciária, identifica três suspeitos. Rita, uma brasileira de São Paulo, Robert Robinson, um cego de nacionalidade inglesa e Carlos Jorge Figueira, um português apelidado pelos amigos como Cajó. A devoção pela banda inglesa une as primeiras duas personagens mas Cajó sente um ódio visceral por tudo o que se relacione com Beatles. No decurso dos trabalhos, Ramos desvenda o motivo que terá conduzido ao suposto assassínio. Em 1975, o grupo reuniu-se numa herdade alentejana e ao fugir rapidamente dos defensores da revolução deixou esquecida uma mala com registos musicais inéditos. Em que mãos terá caído tão valioso conteúdo? Um flash back pela memória da mais famosa banda de todos os tempos.

Está dito:
“O mundo não voltará a ser como antes, e a música Pop britânica encerra uma época de ouro. Uma nova década acaba de nascer, e o idealismo e o sonho psicadélico dos anos 60 são literalmente enterrados. Tal como é “enterrada” a mítica amizade entre os quatro Beatles”.

Presença; 96 pág.

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oneill.jpgTítulo: Poesias Completas: 1951-1986
Autor: Alexandre O'Neill

De quem se fala:
Poeta português, descendente de irlandeses e nascido em Lisboa. Autodidacta, fez os estudos liceais, frequentou a Escola Náutica (Curso de Pilotagem), trabalhou na Previdência, no ramo dos seguros, nas bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, e foi técnico de publicidade. Durante algum tempo, publicou uma crónica semanal no Diário de Lisboa. A poesia de Alexandre O'Neill concilia uma atitude de vanguarda (surrealismo e experiências próximas do concretismo) — que se manifesta no carácter lúdico do seu jogo com as palavras, no seu bestiário, que evidencia o lado surreal do real, ou nos típicos «inventários» surrealistas — com a influência da tradição literária (de autores como Nicolau Tolentino e o abade de Jazente, por exemplo). Os seus textos caracterizam-se por uma intensa sátira a Portugal e aos portugueses, destruindo a imagem de um proletariado heróico criada pelo neo-realismo, a que contrapõe a vida mesquinha, a dor do quotidiano, vista no entanto sem dramatismos, ironicamente, numa alternância entre a constatação do absurdo da vida e o humor como única forma de se lhe opor.

O que se diz:
Poesias.

Está dito:
"Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!"

Imprensa Nacional Casa da Moeda ; 504 pág.

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paul-auster.jpgTítulo: As Loucuras de Brooklyn
Autor: Paul Auster

De quem se fala:
Paul Auster nasceu em 1947, em Nova Jersey. Aos 15 apaixona-se pela literatura e é então que começa a ler Dostoiévsky, Hemingway, Fitzgerald, Faulkner, Kafka, Hodërlin e Proust. Estudou na Universidade de Columbia e viveu em Paris e Nova Iorque, período durante o qual traduziu Breton, Eluard, Mallarmé, Sartre e Blanchot. Por força da leitura decide começar a escrever com o objectivo de decifrar o mundo recriando-o.
Frequentou a Universidade de Columbia e residiu quatro anos em França antes de se radicar em Nova Iorque. Apaixonado também pelo cinema, escreveu o argumento de Smoke, de Wayne Wang, com quem depois co-realizaria Blue in the Face. Em 1998, realizaria o seu primeiro filme, Lulu on the Bridge.

O que se diz:
Tendo como pano de fundo as polémicas eleições americanas de 2000, As Loucuras de Brooklyn conta-nos a história de Nathan e do seu sobrinho Tom. Divorciado e afastado da sua única filha, Nathan procura apenas a solidão e o anonimato. Por seu lado, o atormentado Tom está a fugir da sua em tempos promissora carreira académica e da vida em geral. Acidentalmente, acabam ambos a viver no mesmo subúrbio de Brooklyn, e juntos descobrem inesperadamente uma comunidade que pulsa de vida e oferece uma súbita e imprevisível possibilidade de redenção.
Sob a égide de Walt Whitman, desfila neste livro toda a dimensão e multiplicidade de Brooklyn: os personagens típicos de bairro, drag queens, intelectuais frustrados, empregadas de cafés decadentes, a burguesia urbana, tudo isto sob o olhar ternurento que Auster lança da mítica ponte de Brooklyn, sem contudo deixar de orquestrar romances improváveis e diálogos hilariantes, e considerar experiências tão extremas como o casamento entre uma actriz pornográfica e um fanático religioso.
As Loucuras de Brooklyn é o mais caloroso e exuberante romance de Paul Auster, um hino inesquecível às glórias e mistérios da vida comum.

Está dito:

Edições ASA ; 229 p.

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varanda-das-gardenias.jpgTítulo: A Varanda das Gardénias
Autor: Sandra Sabanero

De quem se fala:
Sandra Sabanero nasceu no México, onde estudou Ciências Políticas. Actualmente vive perto de Estugarda, com o marido e os dois filhos, depois de ter vivido durante vários anos no Malawi, na Guatemala, em El Salvador e na Bolívia.

O que se diz:
Durante dezasseis anos, a vida da família Domínguez decorre feliz e sem sobressaltos. No entanto, esta tranquilidade quebra-se quando o pai, Juan, é injustamente acusado de um duplo crime e morre. A família dissolve-se: Ezequiel, o filho, vai-se embora de Mescala, a pequena vila onde vivem, perseguido por um perigo desconhecido. A filha Rebeca muda-se para Lugarana, onde fica a viver com uma tia. É aí que conhece Patrick Pettegrew. Para ambos é o primeiro e, simultaneamente, o grande amor das suas vidas. A veracidade dos seus sentimentos esbarra na rigidez dos preconceitos culturais e o casal acaba por separar-se devido a intrigas familiares. Quinze anos mais tarde, quando Rebeca, já convertida em advogada, está prestes a casar-se, Patrick regressa ao México após uma estada no Vietname e três casamentos fracassados. Os dois voltam a encontra-se e o amor da juventude renasce com a mesma força do passado. Mas antes, Rebeca deve romper o seu compromisso sentimental e desmascarar os autores da tragédia da sua família.

Está dito:
“Foi numa quarta-feira de Cinzas, em meados dos anos cinquenta, que Juan Domínguez de la Torre deu de caras com Magdalena na praça da povoação.”

Difel ; 313 p.

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Título: História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar
Autor: Luis Sepúlveda

De quem se fala:
Luís Sepúlveda nasceu Ovalle, no Chile, em 1949. Reside actualmente em Gijón, na Espanha, após viver entre Hamburgo e Paris.
Membro activo da Unidade Popular chilena nos anos setenta, teve de abandonar o país após o golpe militar de Pinochet.
Viajou e trabalhou no Brasil. Uruguai, Paraguai e Peru. Viveu no Equador entre os índios Shuar, participando numa missão de estudo da UNESCO. Sepúlveda era, na altura, amigo de Chico Mendes, herói da defesa da Amazónia. Dedicou a Chico Mendes O Velho que Lia Romances de Amor, o seu maior sucesso.
Perspicaz narrador de viagens e aventureiro nos confins do mundo, Sepúlveda concilia com sucesso o gosto pela descrição de lugares sugestivos e paisagens irreais com o desejo de contar histórias sobre o homem, através da sua experiência, dos seus sonhos, das suas esperanças.

O que se diz:
Esta é história de Zorbas, um gato grande, preto e gordo. Um dia, uma formosa gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo deixa ao cuidado dele, momentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr. Zorbas, que é um gato de palavra, cumprirá as duas promessas que nesse momento dramático lhe é obrigado a fazer: não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tudo isto com a ajuda dos seus amigos secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobretudo para um bando de gatos mais habituados a fazer frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma gaivota…
Com a graça de uma fábula e a força de uma parábola, o grande escritor chileno oferece-nos neste seu novo livro uma mensagem de esperança de altíssimo valor literário.

Está dito:
“Zorbas pegou no ovo entre as patas da frente e viu assim como a avezinha dava bicadas até abrir um buraco por onde enfiou a diminuta cabeça branca e húmida.”

Edições ASA ; 121 p.

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Baby Blues - Tamanho Familiar

Título: Baby Blues – tamanho familiar e biodegradável e super-absorvente
Autor: Rick Kirkman e Jerry Scott

De quem se fala:
Rick Kirkman e Jerry Scott lançaram a série Baby Blues na década de 90. A National Cartoonists Society declarou-a a melhor tira cómica do ano, e muitos prémios semelhantes hegaram a todo o mundo. Rick Kirkman vive e trabalha em Phoenix, Arizona. Jerry Scott vive em Malibu, Califórnia.

O que se diz:
O problema dos bebés, todos, é que nenhum vem com autocolantes explicativos, manuais de instruções ou indicações de reparação. Aquilo que de facto é comum a todos os recém-papás, é que todos estão profundamente convencidos de que o seu rebento é a primeira criança, desde que existem registos históricos, a revelar-se assim tão difícil/ fácil/ resmungão/ dorminhoco/ desperto/ sossegado/ irrequieto/ feliz/ tristonho/ zangado/ satisfeito. É uma hilariante história feita de situações quotidianas, típicas de quem tem crianças em casa. A família MacPherson proporciona-nos momentos de constante comédia a não perder!

Está dito:
Baby Blues é um dos relatos mais cómicos sobre ‘como criar um filho’ que algum dia apareceu em cartoon”.

Bizâncio; 255 p.

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Vinho Mágico

Título: Vinho Mágico
Autor: Joanne Harris

De quem se fala:
Joanne Harris nasceu em Yorkshire em 1964, de mãe francesa e pai inglês. O seu romance anterior, Chocolate, transformou-se num grande sucesso internacional.

O que se diz:
A história é-nos contada por uma garrafa de “Fleurie 1962”, um vinho vivo e tagarela, alegre e um pouco impertinente, com um acentuado sabor a amoras. Jay Mackintosh, e tempos um escritor de sucesso, encontra-se em crise, leva uma vida sem sentido e entrega-se à bebida. Até ao dia em que abandona Londres e se instala em França, na aldeia de Lansquenet (a mesma aldeia que serviu de cenário a Chocolate). A partir daí a sua vida vai modificar-se, nomeadamente por acção da solitária Marise (que esconde um terrível segredo por detrás das persianas fechadas) e das recordações de Joe, um velho muito especial que conheceu na infância e que lhe ofereceu precisamente essa garrafa de propriedades invulgares e misteriosas…

Está dito:
“Em vez disso, puxou-a para si, sentindo o cabelo dela no rosto, os lábios contra os seus, a ávida macieza dela nos seus braços e a respiração contra o seu rosto. O beijo tinha exactamente o saber que ele imaginara: framboesas e rosas envoltas em fumo.”

Edições Asa; 296 p.

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O Fio das Missangas

Título: O fio das missangas
Autor: Mia Couto

De quem se fala:
Mia Couto nasceu na Beira, em Moçambique, em 1955. Foi jornalista. É professor, biólogo e escritor. Está traduzido em diversas línguas. Entre outros prémios e distinções (de que se destaca a nomeação, por um júri criado para o efeito pela Feira Internacional do Livro do Z

imbabwe, de Terra Sonâmbula como um dos doze melhores livros africanos do século XX), foi galardoado, pelo conjunto da sua já vasta obra, com o Prémio Vergilio Ferreira 1999.

O que se diz:
Uma vez mais Mia Couto regressa ao conto, género literário que parece ser o da sua maior realização. Estórias breves mas contendo, cada uma delas, as infinitas vidas que se condensam em cada ser humano. Uma vez mais, a linguagem é trabalhada como se fosse uma delicada filigrana, confirmando o que o autor disse de si mesmo: “conto estórias por via da poesia”. São vinte e nove contos unidos como missangas em redor de um fio, que é a escrita encantada de um consagrado fabricador de ilusões.

Está dito:
“Estou tão feliz que nem rio. Deito-me com desleixo, bastando-me: eu e eu. O regressar de meu marido mediu, até hoje, todas as minhas esperas. O perdoar a meu homem foi medida do desespero. Durante tempos, só tive piedade de mim. Hoje não, eu me desmesuro, pronta a crianceiras e desatinos. Minha alegria, assim tanta, só pode ser errada.”

Caminho; 149 p.

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Um Dia Em Fevereiro

Título: Um dia em Fevereiro
Autor: Mark Kharitonov

De quem se fala:
Mark Kharitonov, escritor moscovita nascido em 1937, conheceu as luzes da ribalta com a atribuição do primeiro Booker Prize Russo. É também autor da triologia “Une philosophie provinciale”, “Un mode d’existence”, “Les Deux Ivan” e “Étude sur les masques”.

O que se diz:
Em 1987, em Paris, durante o Carnaval, Gogol, o mestre absoluto do grotesco e do fantástico russo, percorre as ruas da rive gauche, mistura-se com a multidão, perde-se dos seus dois companheiros ucranianos, fica sozinho e entra num restaurante. Aí, senta-se à mesa de um homem corpulento que se revela seu compatriota, e até um escritor e até… Gogol em pessoa. O realismo mágico desta obra vai encantar todos os leitores que se interessam pelo insólito, os estetas e auqeles que se põem a eterna questão: em que ilusão se baseia a arte?

Está dito:
“Tirou do bolso uma tabaqueira com a forma de uma concha em volutas; as mandíbulas da concha abriram-se sozinhas sob a pressão de um botão invisível. Nenhum dos convivas se serviu, nem sequer o seu proprietário; todos percebiam que a tabaqueira servia para ser exibida.”

Teorema; 132 p.

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